.....................................................................Escritor clandestino é quem navega neste mar literário
...................................................................................sem se preocupar com o itinerário.

.......................................................................................A.J. Cardiais

Vontade... - Anorkinda



Vontade...

Vontade de escrever um poema de amor
mas amor de quem resplandece por inteiro
amor do enlevo que faz flutuar com o cheiro
que ficar no ar, perfumando até o sabor

Vontade de viver um amor de poema
mas poema deslumbrante de vida nova
poema testemunho do amor que se prova
que delicia no olhar, de ler sem esquema

Quero amor leve e de letras móveis
um amor desatinado de surpresa
sem fôlego para paixões solúveis

Quero amor sem razão e cobrança
o amor que põe na mesa
as incoerências desta contradança

Anorkinda

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Poema do livro MAIS AMAR


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Atração Fatal - A.J. Cardiais
















O amor vive a perguntar
por mim.
É algo assim...
De atração fatal.

O amor é mortal.
Quando olha pra mim,
rima desigual:
consumir até o fim.

O amor é um mal,
que mora em mim:
às vezes é legal,
às vezes é ruim.


A.J. Cardiais
10.07.2011
imagem: google
Poema do livro Prosopopeia Desvairada

Passatempo - A.J. Cardiais



















O meu passatempo
é o tempo...
Com o passar do tempo
eu invento
um novo momento
para me divertir.

O que há de vir
virá com o tempo
enquanto eu existir.

O meu passatempo
no momento
é querer rir...

Rir da vida que passa:
             às vezes engraçada,       
às vezes sem graça;

Às vezes sem nada:
sem pão, sem ação,
sem prazer,
sem, nem mesmo, viver.

A.J. Cardiais
13/07/2007
imagem: google
Poema do livro Sambaquis

Esculpindo Para Amar - A.J.


Vou esculpir você
com meu carinho.
Alisar seu corpo
como quem passa
uma roupa de linho:
desamassando devagarzinho
os amarrotados da vida.

Vou cobrir você
com meu amor,
e apagar da sua vida
tudo que foi dor,
tudo que te fez sofrer...

Mas espero encontrar em você
a razão do meu viver:
o meu ar, minha água,
minha comida, meu prazer.

A.J. Cardiais
12.06.2011  
imagem: google

ÀS CEGAS - Lena Ferreira








ÀS CEGAS  


Em versos de absoluta entrega
desnuda-te mostrando o sentimento
que lá no canto esquerdo tu carregas
e expões isento de constrangimento

Invejo-te, confesso; não te negas:
vives a vida plena a teu contento
talvez, caminhe eu ainda às cegas
talvez, caminhe ainda contra o vento

E sigo a saga que já me tortura
teço versos que namoram a loucura
enquanto segues ao sabor da brisa

Mas, o teu canto serve-me de alento;
é acordando nesses versos-unguento
que, breve, essa agonia sereniza

Lena Ferreira

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Poema do livro QUARTECETOS


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Toda Segunda - A.J. Cardiais














Toda segunda feira
eu morro...
Eu peço socorro
para subir a ribanceira.

Toda segunda,
(não é a primeira)
tenho que levantar
e sacudir a poeira.

Toda segunda
a poesia abunda
de qualquer maneira...

Toda segunda feira,
a vida vagabunda
hasteia a bandeira.

A.J. Cardiais
15.08.2011
imagem: google